Aqui fica registada mais uma reflexão deste nosso consulente.
Não obstante, convém clarificar alguns pontos aí abordados:
— Quando se pratica o exercício de transformação da ativa para a passiva ou vice-versa, a intenção é mesmo a de mostrar que as duas construções têm significados frásicos semelhantes, ainda que não idênticos (há sempre a possibilidade de omitir o agente, o que tem consequências semânticas).
— O Dicionário Terminológico associa efetivamente a forma passiva e ativa da frase aos tipos frásicos — associação que não é consensual. Contudo, referência e predicação não são, mesmo fora do âmbito do DT, termos que designem noções de natureza sintática. Consultando João A. Peres e Telmo Móia, nas Áreas Críticas da Língua Portuguesa (Lisboa, Editorial Caminho, 1995, pág. 20), considera-se que «[...] uma predicação é uma estrutura linguística do plano semântico por meio da qual são veiculadas informações acerca de objetos do real». Quanto a referência, define-se esta como «a relação que existe entre uma expressão linguística e os indivíduos ou objectos que designam ou identificam» (Dicionário de Termos Linguísticos, organizado por Maria Francisca Xavier e Maria Helena Mateus, Lisboa, Edições Cosmos, 1990 e 1992).
— O DT não se destina ao uso dos alunos nem dá aos professores pistas de transposição didática dos conceitos e termos gramaticais.