A propósito da mensagem do Sr. Carlos Ferreira em defesa do «a gente vamos», gostaria de chamar a atenção para o facto de que a língua evolui e se vai definindo ao longo do tempo. Lá por os nossos escritores terem usado determinadas palavras e construções, não significa que elas não caiam em desuso. E o mesmo se aplica às ideias. E já agora, se há razões para dizer "a gente vamos", não é defensável também o uso de "hades" e "hadem"? Não se está, afinal, a usar a flexão verbal própria da segunda pessoa do singular e da terceira do plural? E porque não "tu estivestes"? Não temos aqui um legítimo fenómeno de analogia com "vós estivestes"?O texto apresentado pelo Sr. Carlos Ferreira pode ser muito interessante, mas penso que não será uma rebolaria (1) afirmar que está desactualizado. Ou estarei a ensandecer (2)? (1)Rebolaria - fanfarronice (2)Ensandecer - endoidecer( palavras frequentes em Gil Vicente)
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