«Implementar é um anglicismo mal formado e sem sentido específico em Português. Pode significar tudo: adoptar, desenvolver, executar, completar, começar, tomar, vigorar, etc.»
Embora o termo possa ter sido "importado" via inglês, não se poderá dizer que é «mal formado».
O nosso «implemento» – s. m., aquilo que serve para cumprir ou executar alguma coisa; petrechos; aprestos; execução; cumprimento. (Do lat.implementu-, de implôre, «encher; completar»)" (http://www.priberam.pt/pages/dlpo/dlpo.htm) e o inglês "implement noun. Etymology: Middle English, from Late Latin implementum action of filling up, from Latin implEre to fill up, from in- +plEre to fill -- more at FULL. Date: 15th century. 1 : an article serving to equip ; 2 : a device used in the performance of a task; 3 : one that serves as an instrument or tool " (http://www.m-w.com/cgi-bin/netdict) – possui exactamente a mesma origem e significado e formar implementar a partir de implemento não parece merecer críticas.
Ao verbo inglês "implement transitive verb Date: 1806. 1 : Carry out, accomplish; especially : to give practical effect to and ensure of actual fulfillment by concrete measures; 2 : to provide instruments or means of expression for" (http://www.m-w.com/cgi-bin/netdict) corresponderá o verbo português "implementar" v. tr. promover a implementação de; executar; pôr em execução; dar seguimento a; levar a efeito. (Do ing. to implement, «id.»)" e "implementação" s. f. acto ou efeito de implementar; entrada em vigor (de acordo, contrato, etc.). (De implementar + -ção)" (http://www.priberam.pt/pages/dlpo/dlpo.htm) que se apresentam como derivados do inglês por não aparecerem na literatura portuguesa deste século (suponho eu, dado não ter dado conta de qualquer citação dos especialistas) e por terem sido "inaugurados" em contextos "administrativos" eventualmente importados.
O implementar poderia, noutras circunstâncias, ter sido aceite sem "raivas" dado ter uma formação escorreita, embora a palavra de onde deriva não seja da linguagem corrente actual.
A falta de propriedade no seu uso não deve ser confundida com «mal formado e sem sentido».
Pior que qualquer «implementar» é o "despoletar=desencadear" invento de "jornalistas" rapidamente absorvido e que parece cada vez mais dificil de corrigir. E que tal uma campanha na TV – local do seu nascimento (?) – onde, em cada noticiário ou programa não importado, o apresentador fosse obrigado a corrigir o "erro do mês"? Propõe-se desde já o "despoletar" para 1.º, seguido, talvez, pelo "haverem" (de muitos apresentadores ignorantes).