A respeito desse posicionamento, estão de acordo os estudiosos Gladstone Chaves de Melo (em sua gramática), Celso Pedro Luft, Cláudio Moreno e Maria Tereza de Queiroz Piacentini (em seus livros especializados em vírgula). Durante a pesquisa para esta pergunta, não se encontrou nenhum estudioso que destoasse dos citados acerca desse caso específico.
Pela verificação dos exemplos elencados nas obras desses autores e pela prática dos bons escritores do idioma, destaca-se não haver a necessidade de emprego da vírgula separando advérbio curto que se relaciona fortemente com o verbo da oração inserido entre este e o seu complemento.
Eis alguns exemplos retirados desses livros:
– Vamos agora para o escritório.
– Ela comprou aqui um par de luvas.
– Concordamos também com a sua opinião.
– Não recuperaram ainda o dinheiro roubado.
– Participe você também da promoção.
No entanto, cautelosamente, reforçam a ideia de que, por razões especiais de relevo ou ênfase, não há por que obstar o uso da vírgula — ou seja, em contextos muito bem definidos, para atender a um efeito de sentido pretendido, a vírgula poderia ser empregada.
Cabe dizer que essa lição compartilhada entre tais estudiosos não tem relação alguma com o uso de vírgulas separando adjuntos adverbiais intercalados, a saber:
- Haverá uma festa junina na cidade por volta das dez horas da noite. (sem intercalação)
- Haverá, por volta das dez horas da noite, uma festa junina na cidade. (com intercalação)
Nesse caso, o adjunto adverbial sai de sua posição original (fim da frase) para se meter entre o verbo e o seu complemento. Trata-se de intercalação evidente, o que implica o usual e correto emprego das vírgulas.
Sempre às ordens!