Um profissional da rádio não pode negligenciar nem o conteúdo nem a forma daquilo que diz, no exercício das suas funções. Sendo ouvido por milhares de pessoas e identificado por elas, de algum modo, como figura de autoridade, tem uma enorme responsabilidade na divulgação e na consolidação de formas de expressão que o público, confiadamente, passa a copiar.
Veículo é ve-ículo, e não "vei-ículo", naturalmente.
É claro que todas as coisas têm a sua razão de ser, mesmo os erros. Tal como a natureza «tem horror» ao vácuo, o português tem horror ao hiato (duas vogais contíguas que não formam ditongo).
Para o evitar, uma das formas é intercalar um i entre as vogais em hiato, como fazem os nossos compatriotas nortenhos em «a (i) água». Ninguém leva a mal, até se acha graça, e nem sequer se considera errado.
Mas num profissional...