Não diria "estanque" mas, quase sempre, linguagem estereotipada. Estereotipada de frases-feitas e imagens repetitivas, quantas vezes destituídas de sentido.
Algumas ficaram na história do destempero absoluto do chamado "futebolês" mais "cerrado": «denunciar fome de bola», «faltou objectividade atacante», «muita ofensividade», «retenção da posse da bola», etc., etc. Ou a moda mais recente da «prestação», da «postura» ou do «posicionamento» em campo; do «desde» o estádio (ou a cidade) X ao «direccionar» (em vez do comezinho dirigir)...
Mas o contrário também é verdade: que bem fala(va)m o português, e com que inventiva!, alguns relatores desportivos, como Artur Agostinho, Amadeu José de Freitas, Carlos Cruz, Fernando Correia ou Ribeiro Cristóvão, tributários de muitas das imagens mais célebres ainda hoje no meio, em Portugal: «bola à flor da relva», «no enfiamento da jogada», «retenção de bola», «tapete verde»...
Quanto ao vocábulo traquejo, por acaso, é correcta a sua utilização; no sentido de "experiência" ou "muita prática", com origem no Brasil: «É um defesa com muito traquejo».