O termo pronome oblíquo não consta do Dicionário Terminológico. Suponho que a consulente se quer referir à terminologia usada por Celso Cunha e Lindley Cintra, na Nova Gramática do Português Contemporâneo (1985, pág. 279), que falam em formas oblíquas do pronome como sendo as que «se empregam fundamentalmente como objecto (directo ou indirecto)».
Parece-me , portanto, que a dificuldade exposta se resume aos pronomes que correspondem aos complementos indireto e oblíquo, porque são estes os introduzidos por preposição. Sendo assim, os pronomes que correspondam a complementos oblíquos não oferecem problemas, porque são parte de grupos preposicionais: «falei com a Joana» = «falei com ela». Já a realização dos complementos indiretos levanta um problema: por um lado, são grupos preposicionais, quando incluem uma expressão nominal — «dei um livro à Joana»; mas, quando realizados por um pronome, não existe tal preposição, e deixamos de ter um grupo preposicional — «dei-lhe um livro». No âmbito do próprio DT, parece-me não haver outra solução senão analisar lhe como grupo nominal, com a ressalva de se tratar de forma dativa (cf. "Caso", B 2.2.1. "Flexão nominal e adjetival", DT).