José Pedro Machado (Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa) sugere que faca, «instrumento para cortar», tenha origem pré-romana, uma vez que não consegue relacionar a palavra nem com o latim ‘falcula’ (de ‘falx, facis’), nem, como muitos sugeriram, com o árabe ‘farkha’, «pintainho fêmea, rebento, tronco de árvore»; também nega que tenha origem gótica, mas sem argumentar. Silveira Bueno (Grande Dicionário Etimológico-Prosódico da Língua Portuguesa) considera que o termo é de origem desconhecida. A hipótese sugerida pelo consulente é curiosa, mas carece de base documental. O que está documentado é o “tabu” linguístico que envolve a palavra entre as comunidades portuguesas da América do Norte. Visto faca soar como fuck, usa-se o aportuguesamento do inglês “knife”, naifa. Curiosamente, o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa regista naifa como termo característico de Portugal, o qual teria surgido por contacto com as tropas inglesas aqui estacionadas durante o período das Invasões Francesas (princípios do século XIX).