O segundo elemento da expressão (que empreguei para dar ênfase à afirmativa, e não para me dirigir à senhora que fizera a pergunta) pode ficar invariável. Há razões etimológicas, históricas e regionais para que «instintivamente» eu assim a tenha escrito. Em Latim, seniore- era o comparativo de superioridade do adjectivo «sene-»=velho, e não variava em género. Deu em Português senhor, que na Idade Média era adjectivo comum aos dois géneros: as cantigas de amigo e de amor falam abundantemente de «mia senhor», a amada do poeta. Ainda não há muitos anos, na minha região, onde se falava um Português cheio de arcaísmos, as filhas respondiam às mães que as chamavam: «senhor, vou já!»
Caro consulente, o Senhor pode estar politicamente correcto, mas eu não estou gramatical e portuguesmente errada.