É absolutamente indiferente usar o pronome se antes ou depois de não, tanto do ponto de vista normativo como do ponto de vista do conteúdo veiculado por estas expressões.
O Português europeu tem evoluído no sentido de tornar a ordem não se cada vez mais usual, em detrimento da ordem de palavras se não, que em tempos já foi a mais frequente, e fê-lo tão acentuadamente que hoje em dia se não soa altamente rebuscado.
A interpolação de não entre um pronome clítico e o verbo é um vestígio de um estádio antigo do Português: até ao século XVI era permitida a interpolação de bastantes elementos (e de natureza diversa) entre um clítico e o verbo. Quando a interpolação destes outros constituintes deixou de ser possível, o advérbio não continuou a poder ocorrer interpolado. Esta possibilidade manteve-se até aos dias de hoje mas está a desaparecer, se não tiver já desaparecido (continuando uma evolução que vai no sentido de os únicos constituintes permitidos entre um clítico e um verbo serem somente outros clíticos).