Ambas as formas estão corretas se tomarmos em consideração o conjunto da língua portuguesa. Contudo, levanta-se a questão de saber se elas são adequadas em todos os países de língua portuguesa. Esta é uma questão que, não sendo estritamente normativa, pode suscitar outras e confunde-se com a do critério de correção linguística.
Em Portugal, entre falantes de português europeu, usa-se registar, e é estranho empregar na oralidade ou na escrita a forma registrar. A situação será inversa no Brasil. Nos outros países, parece haver alguma fluidez: por exemplo, em Angola poderá haver preferência pelo padrão de Portugal, enquanto em Cabo Verde há indícios de grande influência do português do Brasil.
Por outras palavras, pode afirmar-se que a forma registar é a típica do português europeu, e, portanto, se num texto escrito nesta variedade, ocorrer a forma com r, registrar, gera-se uma situação que, não podendo classificar-se de erro, configura uma desadequação que na prática redunda numa incorreção. Com efeito, por enquanto, não é desejável misturar variedades do português num mesmo discurso ou no mesmo texto.
O que foi dito pode encontrar algumas contraprovas: na oralidade, há muitos portugueses, falantes nativos de português europeu, que informalmente adotam formas do português do Brasil, às vezes por imitação deliberada ou gosto, outras vezes inconscientemente. É frequente que estes usos correspondam a modismos que podem ou não enraizar-se no padrão lusitano, e isto acontece frequentemente com frases fixas (ex., «fim da picada»).
Mesmo assim, quando se trata da língua formal, entre falantes nativos da variedade europeia de português, a tendência é preferir ou recomendar formas, palavras e construções típicas do português de Portugal.