Não devemos ligar a um mesmo vocábulo palavras ou expressões que exigem regência diferente, escolhendo apenas uma delas. Devemos, no entanto, construir as frases de modo a, mantendo embora a natureza de cada uma das regências, não haver repetições deselegantes. Poderemos substituir substantivos por pronomes, alterar a construção frásica, introduzir um novo vocábulo que possa associar os dois termos e estabelecer a relação com o elemento comum, ou, até, deixar omissa no final uma das regências, quando a expressão o permite.
Os exemplos que deu poderiam ter, assim, as seguintes redacções:
– a confiança no amigo e o seu amor por ele;
– a confiança no amigo e o amor que sentia por ele;
– a confiança que depositava no amigo e o amor que lhe tinha;
– amava o amigo e tinha confiança nele, o que...;
– idas à Europa e vindas;
– viagens de ida e volta à Europa (as viagens é que são à Europa).
O que referi diz respeito à norma escrita. Oralmente, é admissível uma ou outra construção apenas com uma das preposições, o que corresponde a fenómenos pragmáticos como a marcação de um determinado tópico ou foco da frase.