Tem toda a razão em não concordar que 4000 seja mais ou menos o número de palavras que têm as línguas de cultura. Houve lapso da minha parte ao escrever o número: suprimi dois zeros sem querer. É claro que 400 000 palavras parece demasiado, mas talvez não seja, se incluirmos as formas verbais. Não as incluindo, deve essa quantidade andar entre 200 000 e 300 000, tendo em conta as não registadas.
É certo que as línguas germânicas têm maior número de palavras do que as línguas novilatinas, mas tal facto talvez não signifique menor riqueza destas. Consideremos a nossa língua. Em presença dum texto arcaico, reconhecemos nele a língua portuguesa. Compreendemo-lo. Vemos que as palavras fazem parte do nosso léxico. Não se dá precisamente o mesmo, por exemplo, com um inglês actual culto em presença das palavras dos antigos falares donde provém a língua inglesa actual.
A posição desses falares em relação ao inglês lembra a posição do latim em relação ao português - apenas lembra.
Fico muito grato por me ter chamado a atenção para o ridículo número de 4000 palavras portuguesas. Foi um "lapsus calami" de que peço desculpa a todos que me lerem. Coisas que acontecem, mas não deviam acontecer.