Prosódia de vocábulos exóticos
1) Ao que parece, em português, nomes de línguas, topônimos, etnônimos e gentílicos exóticos, isto é, não-europeus, terminados em i ou u, são todos de prosódia aguda ou oxítona.
Vejam-se os exemplos: tupi, nepali, concani, hindi, hindustani, urdu, Taiti, Quiribati, Biquini, Havaí, Burundi, Haiti, Malavi, Mali, Jibuti, Fiji, Brunei, Paraguai, Tuvalu, Vanuatu, Xingu, Palau, Toquelau, Bissau, Nauru, guarani, nuquini, assurini, cricati, jamamandi,
pareci, catauixi, mundurucu, macu, cuicuru, bagdali, omani, somali, hindu. Suspeito que sejam, realmente, todas oxítonas porque considero as palavras acima elencadas como vocábulos aportuguesados.
Várias delas aparecem nos dicionários da língua portuguesa, o que confirma a sua aportuguesação. Algumas são etnônimos dos brasilíndios. Ora, se estão aportuguesadas, estão também, em tudo, conformadas à gramática do nosso idioma, estando, portanto, de acordo com as regras de acentuação gráfica da língua portuguesa. Por essas regras, esses vocábulos, que, aliás, não são acentuados graficamente, só podem ser oxítonos.
É isto mesmo? Se a resposta for afirmativa, pergunto-lhes: há alguma razão para que essas palavras exóticas terminadas em i ou u sejam todas de prosódia aguda, em nosso idioma.
2) Por que tem que ser "bagdalí" e não "bagdáli", "urdú" e não "úrdu", "Vanuatú" e não "Vanuátu"? O que determina, se é que determina, a prosódia oxítona desses tipos de vocábulos?
Biquini seria uma exceção à regra, já que, no Brasil e, talvez, no mundo todo, seja pronunciado como grave ou paroxítona: "Biquíni"?
3) Por último, devo dizer-lhes que, no Brasil, a imprensa televisionada tem o mau hábito de dizer "somáli" em vez de "somalí", "bagdáli" no lugar de "bagdalí" e "Burúndi" quando deveriam dizer "Burundí". Pelo visto, há muita dúvida quanto a prosódia dessas palavras, por essa razão, cometem-se muitas silabadas.
Muito obrigado.
