Na pronúncia normal do Rio de Janeiro e de vastas zonas do Brasil, segundo a "Nova Gramática do Português Contemporâneo", de Celso Cunha e Lindley Cintra, o l final de sílaba vocaliza-se, ou seja, transforma-se na semivogal /w/: alto /'awtu/, mal /'maw/. Anula-se assim, na pronúncia brasileira, a diferença entre alto e auto, mal e mau. Mas, na escrita, a diferença mantém-se: um natural do Rio de Janeiro escreve "alto" e, quando pronuncia esta palavra, é como se dissesse "auto".
Entre os muitos termos em que ocorre este fenómeno / fenômeno, temos: falta, qual, tal, final, farnel, Miguel, natural, pantanal, etc. Note-se que isto acontece com o l em final de sílaba e não forçosamente em final de palavra.
Se tiver dúvidas, procure um dicionário de português-inglês (Michaelis ou Collins, por exemplo) que tenha a transcrição fonética do português do Brasil. Na palavra mil, encontrará a indicação: [miw]. É como se lá estivesse /miu/.