DÚVIDAS

Pronúncia das letras "o" e "e"

Chamo-me Maurício e actualmente estou estudando português no meu tempo livre. Acho que vocês têm una língua muito bonita. Falo espanhol como língua materna e isso me ajuda a aprender mais facilmente porque as duas línguas tem muito em comum, porém tenho algumas perguntas para vocês com respeito à pronúncia das letras abertas e e o. Há alguma regra que pode ajudar-me para saber quando tenho que pronunciar essas letras corretamente? Sei que nas palavras seguintes a pronúncia é aberta:

"e" e "o"

Janela ótimo colher senhora pé novos céu nova colega avó quero sol México relógio febre mora perna joga alegre for a quieto agora José bode esperto moda Inverno soda neto bota metro famosa moqueca famosos palestra porca Manuel porta mulher norte era corte dela importa garçonete exporta pastel zero primavera festa nela velho velha pedra prédio dez sete peça beça favela médico biblioteca certo método ela média colégio.

Tenho observado que quando o ´ vai em cima dessas letras a pronúncia é aberta. Diga-me se é correto pensar que quando a letra e está em frente das letras l, r, c, ç, t, d, s, g então tem uma pronúncia aberta.

Quando a letra o vai em frente das letras r, s, t, d, g, l, v então tem uma pronúncia aberta.

Muito obrigado por responder a minhas perguntas já que aqui nao há muita gente que fala português.

Resposta

  1. Julgo que se refere ao e e ao o das palavras que aponta. As palavras seguintes têm e fechado (ê): colher (como todos os verbos em -er no infinitivo), bode (o e final sem acento é sempre mudo), o 1.º e de esperto, o e final de norte, de corte, sete, febre, garçonete; o de relógio também é mudo. Pronunciam-se como u os o finais, p. ex. de óptimo, novos, quero, México, etc. O o de senhora é fechado (ô) na pronúncia normal ou padrão, o de José soa de u, bem como os de colega, moqueca. Corte tem o aberto, como substantivo, nas acepções de "acção de cortar" e "aprisco", mas fechado (ô) na de "paço (real)".
  2. Tal regra não existe, porque seria completamente falível. Normalmente são a etimologia e o uso que ditam as ordens, e, quando não é exigido o acento agudo, tem de se fixar a pronúncia das vogais. Quanto ao e por exemplo, com as suas três pronúncias em Portugal (aberto, fechado e mudo) e duas no Brasil (aberto e fechado), tem de se decorar (e exemplificando) que em ele (pronome) o 1.º e é fechado e o segundo mudo (em posição final, e sem acento gráfico, não poderia ser aberto nem fechado), que em aberto é aberto, mas em aperto é fechado (ê) quando se trata de substantivo, e aberto como particípio passado do verbo abrir; etc., etc.
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