DÚVIDAS

Orações finais: infinitivo e conjuntivo

Chamo-me Giovanni Agnoloni, e sou um estudante italiano de direito em Florença. Estudo Português como paixão pessoal, e espero que possa ser-me útil no trabalho que dentro de um ano é possível que comece. Tenho uma pergunta:

Sobre as orações subordinadas finais, é possível formá-las com o futuro do conjuntivo ("faço-o para ti/tu[?] aprenderes") ou deve-se sempre usar, em dependência do tempo da principal, o presente ou o pretérito imperfeito do conjuntivo ("faço-o para que tu aprendas" / "fiz-lo para que tu aprendesses")?

Muito obrigado.

Resposta

As orações subordinadas finais podem ser construídas com o infinitivo (para + infinito) ou com o conjuntivo (para que + conjuntivo). Na linguagem oral, é mais usual o infinitivo.

As frases correctas são:

“Faço-o para tu aprenderes.”
“Fi-lo para tu aprenderes.”
“Faço-o para que tu aprendas.”
“Fi-lo para que tu aprendesses.”

No caso deste verbo regular da 2.ª conjugação, as formas do infinitivo são iguais às do futuro do conjuntivo, daí a sua confusão. Verifique a diferença, com outro verbo:

“Faço-o para tu veres o que se passa.” – Infinitivo
“Quando tu vires o que se passa...” – Futuro do Conjuntivo

Quanto à forma verbal seguida do pronome clítico “o”, quando ela termina em r, s ou z, essa consoante desaparece, mantendo o pronome a forma antiga “lo”.

Exemplos:

“Vou pô-lo em cima da mesa.” (pôr)
“Tu compra-la com desconto.” (compras)
“Ele di-lo com todo o respeito.” (diz)

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