O problema dos provérbios, como dos contos tradicionais, ou canções populares, é que, por vezes, em determinadas zonas, se cria uma forma específica, que não é melhor nem pior do que as outras. É apenas diferente.
Pretende-se, com esta introdução, salvaguardar a hipótese de ser isso que está a acontecer entre o consulente e o seu colega. No entanto, apenas encontrámos registada a versão «Olhar como boi para palácio» («os pobres ignorantes olhavam para os objectos expostos como boi para palácio; não davam apreço a, não ligavam importância, sem interesse algum»).
Saliente-se ainda a diferença entre a forma registada no Novo Dicionário Estrutural, Estilístico e Sintáctico da Língua Portuguesa, de Énio Ramalho (Lello Editores, Porto), e a que o consulente apresenta, o que ilustra uma das características dos provérbios em geral: a possibilidade de admitir pequenas mudanças, mantendo vivo o sentido que pretendem veicular.
Mas a expressão original é mesmo com o boi e não com o burro...