É costume na imprensa portuguesa proceder desta forma: País, quando corresponde a Portugal, deve grafar-se com inicial maiúscula. Note, no entanto, que é uma “lei” que emana do livro de estilo do jornal, não é um decreto gramatical.
É um procedimento que se destina a desfazer ambiguidades. Se escrevermos «O país está em crise», com minúscula, a pergunta que nos ocorre é: «Qual país?» A maiúscula funciona como um código, avisando o leitor de que, nesse caso, o tal país é o nosso: Portugal. Porém, se escrevermos «O nosso país está em crise», já não se justifica o p maiúsculo.
Há ultimamente uma tendência na imprensa para abdicar da maiúscula inicial neste caso concreto, situação que advirá da conjugação de vários factores:
a) a ausência, em muitas publicações, de um livro de estilo;
b) a tendência, por critérios economicistas, para acabar com o posto do revisor, que é quem zela pela obediência ao citado livro de estilo;
c) a impreparação de muitos redactores, que muitas vezes ignoram que haja normas estilísticas a observar;
d) a errada ideia de que se trata de um costume reverencial e salazarento atribuir tais honrarias a substantivos comuns como país, pátria, família, etc.