Nos dicionários onomásticos portugueses, este nome próprio está, efectivamente, registado com acento na penúltima sílaba: Nélson. Esta acentuação corresponde ao cumprimento da regra que determina que na língua portuguesa as palavras graves terminadas em -n levam acento gráfico (ex.: cânon, éden, hífen, íman, líquen, númen) e que os nomes próprios – portugueses ou aportuguesados – estão sujeitos às mesmas regras de acentuação estabelecidas para os nomes comuns.
No entanto, no que diz respeito à grafia de nomes próprios, para salvaguardar direitos individuais, quem o quiser poderá manter na sua assinatura a forma que foi registada no seu assento de nascimento ou a que usualmente sempre foi utilizada. O mesmo acontece a respeito da grafia original de firmas, sociedades, títulos ou marcas que tenham sido objecto de registo público.
No caso da palavra Nelson, segundo o Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa, de José Pedro Machado, este nome começa a ser utilizado como nome próprio português por influência do nome do célebre almirante inglês Horácio Nelson (1758-1805), Nelson que está por Neilson, patronímico, isto é, «filho (son) de Neil». Como este nome próprio se afirmou em Portugal como cópia do nome inglês, sem o respectivo aportuguesamento (acrescento de um e final, que, aliás, desvirtuaria a essência do nome inglês), considero que é correcta a utilização da forma Nelson, não aportuguesada.