Quer como substantivo quer como adjectivo, a palavra «multimédia» já está, pelo menos, no dicionário da Porto Editora, e tanto se pode utilizar no feminino como no masculino. Designa a tecnologia de comunicação que combina texto, som e imagem.
Onde surgem problemas é na pronúncia do «media».
Os publicitários importaram dos Estados Unidos, há dezenas de anos, os «mass media», e os informáticos, no decénio de 80, o «multimedia» - pronunciados aqueles como 'masse mídia' e este como 'mâltimídia'.
Os Brasileiros não quiseram perder o «pelotão da frente»: é tudo a 'mídia', na fala e na escrita. Os Portugueses, mais ciosos, ainda resistem fora dos meios publicitários e informáticos, nos quais o «portinglês» se tornou língua dominante.
Em abono dos resistentes, recordo o «Webster's Condensed Dictionary of the English Language» de 1891, Londres, que nos diz aonde os americanos foram buscar o 'mídia': ao latim «medium» (médiùm), cujo plural é «media» (médià). Daí, a nossa evolução para «multimédia», «multimédias».
Quando alguém falar português, deverá dizer: os «media» (média) ou os «meios». Quando falar inglês, os «media» (mídia), do mesmo modo que, quando falar francês, será possível que lhe saia, em vez de Eusébio, «Ésèbiô». É tudo questão de nos fazermos entender, mas mantendo uma identidade que, perdida, depois ninguém no-la devolve.