Pode-se defender o e mudo em mestrado, visto que é átono no vocábulo, à semelhança do que acontece, por exemplo, em vestir, na comparação veste/vestir.
Mas verifica-se, por exemplo, uma exclusão a esta regra na comparação pé/pegada, em que o e de pegada (substantivo), também átono, deve ser pronunciado aberto (existe a forma pegada, acção de pegar, em que o e será fechado)…
Além disso, pode-se impor aos nossos irmãos brasileiros que emudeçam o e em mestrado? Não é o português uma língua com variantes legítimas europeias, americanas, africanas, nesta nossa comunicação agora mais do que nunca planetária?
Costumo recomendar que se siga `na fala´ os hábitos generalizados da comunidade linguística culta, para acompanhar a evolução da língua; mas costumo recomendar, também, que se respeite `na escrita´ a norma oficial em vigor, enquanto não for alterada (ex.: as grafias «biópsia» ou «Nóbel» são consideradas actualmente erros grosseiros).
Ora, no vocábulo mestrado, quer a pronúncia do e seja aberta quer fechada, a grafia é sempre a mesma (exemplo típico de palavra que segue um critério não estritamente fonético, como recomendam os etimologistas, para que a maleabilidade prosódica da escrita seja suficiente no universo da língua).
Assim, por maioria de razão, neste caso a minha conclusão é também `que se pronuncie mestrado de acordo com os hábitos generalizados da comunidade culta respectiva´. Devo confessar, até, que me agrada mais ao ouvido o som aberto do e em mestrado (para mim, a prolação fica mais sugestiva da significativa importância de se ser mestre).
Ao seu dispor,