DÚVIDAS

Margens de outra maneira...

Não faço perguntas (muito menos, íntimas) a cibernautas. E muito estranho que o JCB que conheci (e que gostosamente continuo a ler todos os sábados) se tenha agora convertido, cibernauticamente, ao discurso do constrangimento ("sem margens, desaparece"). Ocorre-me glosar o velho Brecht: violentas são as margens que nos comprimem (mesmo na Internet). Mas mando-lhe, por esta via sinuosa, um grande abraço!!!

Resposta

O dr. Ademar formula sempre «não-perguntas» muito interessantes. Mas o Ciberdúvidas não é um constrangimento. Pretende ajudar os cibernautas numa escolha que fazem todos os dias e criar bases para um debate que, com a Internet, se torna pertinente.

Recordo: pelo menos desde o século II a.C. até à vulgarização da gravação de som, os gramáticos basearam-se sobretudo na palavra escrita e na «ditadura da norma». No século XX, os linguistas passaram a considerar primordial a linguagem falada, vendo como irrelevante, ou quase, o conceito de «correcção». Hoje, à porta do século XXI, estamos para aqui todos a escrever em voz alta.

Quem nos ajuda, quando as certezas diminuem e certas dúvidas aumentam? Os não-normativos? Os normativos? Cá por mim, prefiro transgredir regras que conheço, a tropeçar em leis cuja existência ignorava. Um abraço!

ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de LisboaISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa