Segundo as informações que consegui obter, a palavra manga é formada por «dois Kanji [caracteres vindos do alfabeto chinês] "man" e "ga" que serviam no início para designar gravuras cortadas na madeira. Esta palavra só mais tarde evoluiu para descrever a banda desenhada nipónica impressa…». Esta banda desenhada tem características próprias, como por exemplo «… a rara utilização da cor e o tratamento de tons monocromáticos, a orientação da leitura (feita da direita para a esquerda e as legendas: de cima para baixo), o formato de realização (geralmente A4 em oposição ao A3 e superior utilizado no ocidente) e publicação (A5, muita rara em obras ocidentais), a ténue fronteira entre o gráfico e o artístico, os próprios temas e volume das obras.»
Acresce ainda que, se em Portugal é comum a pronúncia manga, no Brasil a pronúncia é mangá.
Quanto ao género da palavra, uma viagem por vários sítios em português dedicados a este tipo de banda desenhada permitiu-me verificar que, por enquanto, os especialistas oscilam entre os dois géneros. É até possível encontrar na mesma página a utilização de o manga e a manga. Embora pareça haver maior frequência da utilização do género masculino, esse facto não nos permite impor uma forma. Os especialistas, utilizadores privilegiados, acabarão, como acontece com outras palavras de outras áreas, por encontrar a forma e o género que melhor expresse o conceito que pretendem descrever.
Não posso, pois, satisfazer o seu pedido. Posso apenas dizer-lhe que a palavra – como acontece com muitos outros neologismos em fase de integração – está neste momento a ser utilizada quer com um género, quer com outro e que a tendência parece apontar para uma preferência pelo masculino. Só o tempo e o uso poderão contribuir para fixar o género da palavra.
Agradeço a Ricardo Leandro o apoio na investigação e a Bruno Bexiga, a quem pertencem as citações deste texto, a partilha pronta do conhecimento.