A 1.ª fase da época histórica da língua portuguesa estende-se do séc. XII até o XVI e constitui o seu período arcaico, em que o português viveu quase por si próprio, evolucionou com fraca influência estranha. Nela pode considerar-se de começo um período secundário, a fase galego-portuguesa, que se prolonga até meados do séc. XIV, seguindo-se o período do português comum ou da prosa histórica. No séc. XIII exercera grande acção no português a literatura provençal, operando-se no séc. XIV a decadência trovadoresca. Até princípios ou meados do séc. XVI a língua apresenta caracteres gramaticais, estilísticos e lexicológicos que a separam dos tempos subsequentes. Sob o influxo do Renascimento clássico de Quinhentos, em contacto com as culturas grega e latina e com os humanistas italianos, moderniza-se a nossa língua, concorrendo também bastante para a fixação da língua literária portuguesa a publicação, no séc. XVI, das primeiras gramáticas, a de Fernão de Oliveira (1536) e a de João de Barros (1540). Com os Lusíadas, eis fixada a fase moderna da língua portuguesa. Contudo, segundo Paul Teyssier, parece que a morfologia, a sintaxe e o vocabulário do séc. XVIII e do começo do XIX caracterizam uma época de transição entre o português clássico e o que se pode chamar português moderno e contemporâneo.