Caro consulente, depois de ler o seu recado e as suas novas perguntas, apetece-me parafrasear o Evangelho: aquele que nunca pecou atire a primeira pedra.
De hermetismo e calinadas de português está a linguagem da administração, diria mais, do Estado, bem cheia. Para colher exemplos, basta abrir o Diário da República.
A norma portuguesa é uma só: para o pedreiro e para o magistrado. Com a variedade de falas, de linguagens, de registos que a riqueza da própria língua permite e fomenta.
O que ainda não se perdeu na sociedade portuguesa foi, por assim dizer, o consentimento( como se de coisa natural se tratasse) na arrogância da Adiministração no seu todo, que se traduz em mil e um atropelos aos direitos dos cidadãos. Direitos dos quais fazem parte informação clara, acessível e pronta e respeito pela língua materna. Não quis, de modo nenhum, quando me referi à linguagem forense, eximir de responsabilidades qualquer ramo ou instância da Administração. Nem o Ciberdúvidas é local próprio para conflitos de poderes...
Quanto ao «inexistir», também prefiro não usar. Como também não uso «implementar».