Em Portugal nós dizemos "às dez para as oito" e não "aos dez para as oito". Isto porque a referência que está implícita na frase é o conceito de horas com os seus submúltiplos (ex.: "a que horas vais?": "vou às dez para as oito horas), equivalente a: "vou às horas em que forem dez para as oito". E nem mesmo me é usual dizer «aos dez minutos para as oito horas»; pois, se quisesse mencionar os minutos diria: quando faltarem dez minutos para as oito, ou diria: às sete horas e cinquenta minutos, e escreveria: às 7.50 h ou às 7:50:00 (horas), na informática. Foi por todos estes motivos que recomendei às e não aos.
Obviamente, não se poderia escrever «às dez minutos» e a sua expressão completa: "aos dez minutos para as oito horas" está sintacticamente corre{#c|}ta. Lembro, porém, que a lógica das regras da língua é diferente da lógica do pensamento. Normalmente devem prevalecer as regras gramaticais, mas nalguns casos prevalece o sentido (que queremos ou é hábito dar à expressão).
Claro que o que acabo de escrever não me impede de reconhecer que fui excessivamente taxativo na minha outra resposta a este tema. A nossa comum língua é tão versátil, que exige sempre humildade nas conclusões. Assim, aceito que, numa comunidade linguística onde não haja o hábito de centralização mental na palavra horas, se possa dizer «aos dez para as oito». Só que esta expressão não está nos meus hábitos linguísticos, como já dizia na minha anterior resposta, e, embora com respeito pela sua opinião, não considero a minha opção incorrecta.
Ao seu dispor,