Homeostático é o adjectivo correspondente ao termo homeostasia, que designa o «processo de regulação pelo qual um organismo mantém constante o seu equilíbrio [termo criado pelo fisiologista americano Walter Cannon (1871-1945)]» (Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa). Raul Mesquita e Fernanda Duarte, no seu Dicionário de Psicologia (Lisboa, Plátano Editora, 1996), permitem completar esta informação: «[…] O conceito de homeostasia inclui todos os fenómenos adaptativos, processos de auto-regulação, que são necessários para responder às modificações do organismo na sua interacção com o meio. São, nomeadamente, mecanismos de controlo/recontrolo que envolvem o sistema nervoso e o sistema endócrino, que, respectivamente, através do hipotálamo (SNC) e da hipófise (sistema endócrino) regulam a temperatura do corpo, a fome, a sede, o sono, etc.» Quando o consulente pergunta qual o contexto de «desordem homeostática», julgo que se refere à área do saber em que a expressão é usada. Sendo assim, verá que o Dicionário Houaiss classifica o termo como pertencente à biologia e à fisiologia, mas a citação acima indica também o seu uso em psicologia. Quanto ao significado, não tendo eu formação nas áreas em questão, resta-me apreender as linhas de coerência do texto. Assim, penso que este se relaciona com a discussão da aparente contradição entre o comportamento autónomo individual («desordem») e certas “disposições” que o transcendem e lhe exigem um equilíbrio (homeostasia). Este paradoxo é resolvido justamente porque a desordem individual é inerente a esse processo de regulação.