DÚVIDAS

Hipossinal e hipersinal

Sou médico e trabalho com ressonância magnética.
Frequentemente utilizo as palavras "hipossinal" e "hipersinal" nos laudos dos exames. Procurei as mesmas no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa e, para minha surpresa, não as encontrei.
Gostaria de saber se a grafia acima é correta.
Outra dúvida:
«Em comparação ao exame anterior realizado no dia 10/10/2003, observa-se:
– aumento do derrame pleural;
– redução da pneumonia no lobo direito;
– resolução do abscesso pulmonar.»
O correto é "observa-se" ou "observam-se"?
Obrigado.

Resposta

Sim, as grafias que utilizou – hipossinal e hipersinal – estão correctas.

O elemento compositivo hipo- faz dobrar o s quando o elemento seguinte tem vida própria e começa por essa consoante, à semelhança do que acontece com outros vocábulos já atestados (cf. Dicionário Houaiss), como «hipossensibilidade», «hipossuficiente», etc.

Quanto a hiper-, aglutina-se sempre, e recorre ao hífen apenas quando o segundo elemento tem vida própria e começa por h ou r.

Não se alarme muito quando não encontrar uma palavra composta atestada num dicionário. As possibilidades de ligação dos vários prefixos ou elementos de composição são inúmeras, e não haveria editor nenhum que suportasse a despesa em papel que um registo exaustivo de todas essas possibilidades exigiria. Recorra ao caso análogo para perceber que regras próprias tem o primeiro elemento de composição.

No que toca à segunda dúvida, ambas as formas são possíveis, com pequeninas diferenças de significado que vão praticamente dar ao mesmo:
Se escolher a forma «observa-se», está a indeterminar o agente que observa: alguém observa tudo aquilo. É como se dissesse: «Aqui, trabalha-se.»

Se optar pela forma «observam-se», esse «se» é considerado uma partícula apassivante, e o sentido passa a ser equivalente a «são observados».

Cf. O que é uma TAC

N. E. – Segundo o Dicionário Médico (da Climepsi Editores, Lisboa), ressonância magnética nuclear é o «Método de produção de imagens exploratórias fundamentado no princípio descoberto pelos físicos Bloch e Purcell em 1946, segundo o qual, pela acção de um campo magnético de uma frequência particular, os núcleos de hidrogénio (protões) começam a ressoar nos tecidos biológicos. Os aparelhos construídos a partir de 1980 traduzem a ressonância dos núcleos de hidrogénio em sinais electromagnéticos que formam imagens dos tecidos moles com uma finura sem precedentes. É possível obter não só cortes transversais, como em “scanografia”, mas também cortes longitudinais, ou outros. (...)».

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