Em Portugal, registam-se as palavras gin e gim, que têm significados diferentes.
A palavra gin (substantivo masculino) designa uma bebida alcoólica, semelhante a aguardente, preparada com cereais (cevada, trigo, aveia) e zimbro. Provém do vocábulo inglês gin (genebra), simplificação de geneva (genebra), este do holandês genever (atual jenever).
Existe a palavra gim (substantivo masculino), que designa um instrumento com que se encurvam as calhas das linhas férreas. Chegou-nos pelo inglês gin, este do francês antigo engin.
No Brasil, a designação do instrumento usado para encurvar os carris das linhas férreas é a que é usada em Portugal (gim).
No entanto, tal não acontece no que diz respeito ao vocábulo que designa a bebida alcoólica acima referida. Efectivamente, o Dicionário Houaiss regista o termo gin, mas remete para gim, e o Dicionário Aurélio só regista gim.
Como há alguns dicionários portugueses que também registam os dois termos (gin e gim) para designar a bebida, poder-se-á perguntar qual o termo aconselhado.
Em Portugal, considero que o termo aconselhado é gin, pelos seguintes motivos:
a) essa terminação é legítima em português, sendo exemplo de casos desses as palavras íman, lúmen, abdómen, ámen (= amém), glúten, Rúben;
b) a terminação em m nasala a vogal anterior (exs.: tem, fim), isto é, essa consoante m não se pronuncia (como em má), mas apenas serve para fazer com que a vogal anterior se pronuncie como vogal nasal;
c) no caso das palavras terminadas em n, essa consoante não faz a nasalação da vogal, sendo a palavra pronunciada como se tivesse no fim um e quase imperceptível (exs.: íman, abdómen), que é o caso da palavra gin, em que o i não é pronunciado como nasal, pelo que a consoante final terá de ser o n.