Por aquilo que diz, mostra que não compreendeu a minha resposta ao consulente Paulo.
O prezado consulente refere-se à grafia. Isto é, não reparou que o consulente não se referia à grafia, mas à pronúncia. É mais que evidente, o seguinte: quando, por escrito, nos referimos à pronúncia, temos de usar uma grafia especial, dirigida apenas à pronúncia, e que não tem nada que ver com a ortografia, como vemos nas seguintes particularidades:
A forma verbal ganhar tem acento agudo na última sílaba – para que o consulente saiba que é palavra aguda, com a aberto.
Esta forma verbal está escrita entre barras para mostrar que é uma escrita especial, mas o nosso caro António Serra parece que também não reparou nisso.
Ou será que este nosso consulente conhece outra maneira especial de mostrar a pronúncia na escrita, de modo que toda a gente perceba? Se sim, ficar-lhe-ia muito grato se mo comunicasse, porque vivo para aprender.
A propósito da grafia /gànhár/ para indicar a pronúncia, diz o seguinte:
«Fico bastante surpreendido porque afinal deveremos estar no Brasil.»
Então não sabe que no Brasil acentuam como em Portugal, excepto algumas palavras cuja pronúncia é um tanto diferente da nossa? Aqui vão dois exemplos. No Brasil: boêmia, zênite; em Portugal: boémia, zénite.
Depois pergunta: «Desde quando é que em Portugal se acentuam duplamente as palavras?». Não sei, nem me parece isso muito importante para a pergunta em causa. Mas aqui vão algumas: dói-dói; pré-histórico; bê-á-bá, etc.