Uma das vantagens das línguas naturais, neste caso, da portuguesa, é que elas nos oferecem diversas formas de dizer a mesma coisa. Todavia, ao optarmos por uma determinada estrutura na enunciação, estamos condicionados a analisar essa estrutura, e não aquelas que a podem substituir.
Pensemos, por exemplo, na frase irónica «Estás bonito, estás…», que, normalmente, tem um sentido contrário e pode não remeter para o aspeto exterior de um dado indivíduo…
Na situação em apreço, se a frase é «Para de comer as nossas alfaces», a frase é afirmativa, e podemos, mesmo, construí-la com uma polaridade negativa: «Não pares de comer as nossas alfaces.»
Se optássemos por fazer passar a mensagem através de outro verbo, como em «Não comas mais as nossas alfaces», estaríamos perante uma frase de polaridade negativa.
Ambas as frases estão certas, apesar de terem polaridade distinta e veicularem um sentido muito próximo.