Lamento, caro Sérgio. Ante o que pede, Ciberdúvidas não lhe será de grande préstimo.
Falar bem ou mal não depende só de quem fala, mas também de quem ouve. Pode-se falar aceitavelmente segundo a norma adoptada num país, mas inaceitavelmente segundo um dialecto geográfico, social ou socioprofissional.
O falar denuncia um grupo social determinado: é sinal de que se pertence ou se quer pertencer a esse grupo. E cada grupo social tem ou tende a ter regras, sintaxe e, até, vocábulos específicos. Existe o falar culto, o falar popular, o falar corrente...
Se um cardiologista se dirigir a uma audiência de economistas e, com o maior rigor, analisar os últimos estudos sobre acidentes cardiovasculares, pode exprimir-se muito bem como médico mas pôr a bocejar os economistas. Estes dirão: «O homem não sabe falar.»
Admito a utilidade de alguma leitura sobre retórica (estuda as propriedades dos discursos). Numa biblioteca ou na Internet, procure obras acerca deste tema... Traduções anotadas de autores latinos como Cícero e Quintiliano... Talvez encontre edição brasileira comentada do "Tratado Breve do Modo de Predicar o Santo Evangelho", de S. Francisco de Borja... Dos "Elementos de Retórica Literária", de Heinrich Lausberg... Ou da "Oratória Barroca de Vieira", de Margarida Vieira Mendes...
O melhor, no entanto, é pedir ajuda ao seu professor. Ele saber-lhe-á indicar a bibliografia adequada.