Quando há dúvidas, deve utilizar-se os testes para identificação das funções sintáticas. Assim, relativamente ao complemento/objeto indireto (cf. Mira Mateus et al., Gramática da Língua Portuguesa, Lisboa, Caminho, 2003, p. 290):
1) Pode substituir-se o constituinte com a relação gramatical de objeto indireto pela forma dativa do pronome pessoal (-lhes):
a) «Falaram aos alunos.» (ob. ind.)
b) «Falaram-lhes.» (ob. ind.)
2) Pode formular-se uma interrogativa sobre o constituinte objeto indireto segundo o esquema A quem/A que é que SU V (OD)?, consoante se trate de um argumento, constituindo o objeto indireto a resposta mínima não redundante:
c) P: «A quem é que falaram?»
R: [«Aos alunos»] (ob. ind.)
Perante estes testes, verifica-se que a expressão «aos alunos» (que se pode substituir pelo dativo correspondente e que é a resposta para a pergunta «a quem?») tem as propriedades típicas do objeto/complemento indireto.
De qualquer modo, e para que não haja razões para incertezas, importa fazer os testes de identificação do complemento/objeto oblíquo (cf. Dicionário Terminológico) que é «selecionado pelo verbo e [...] pode ter uma das seguintes formas:
– grupo preposicional que não é substituível pelo pronome pessoal na sua forma dativa (lhe/lhes);
– grupo adverbial;
– a coordenação de qualquer uma destas formas.»
Ora, basta termos em conta de que «aos alunos» pode ser substituído pelo pronome pessoal na sua forma dativa (-lhes) para que se retire qualquer hipótese de poder ser um complemento oblíquo.