O raciocínio lógico é arriscado para deduzir regras na língua. Todavia, sempre me atrevo neste caso:
O apóstrofo é um sinal gráfico representativo da elisão de uma ou mais letras numa palavra. No caso presente, a elisão que foi feita é a do agrupamento «sição» na palavra exposição.
O apóstrofo não é equivalente ao ponto, pois sugere uma ligação. Normalmente a ligação é fonética (ex.: cobra d'água ¦dá¦, Nun'Álvares ¦ná¦, etc.).
No caso indicado pelo consulente, há também uma ligação (semântica), e o agrupamento forma um sentido único, na associação de «Expo'» com «98». O facto de alguma imprensa registar Expo-98 (com hífen) é outra forma de traduzir esse sentido único, considerando-se que a palavra `expo´ entrou já nos hábitos linguísticos, como uma abreviatura de exposição.
No texto das normas em vigor, o apóstrofo não aparece separado dos caracteres por espaços.
«Expo'98», sem espaços intermédios, parece ser uma grafia de registo da Exposição Mundial de Lisboa de 1998, atendendo ao símbolo ® que aparece a seguir: «Expo'98 ® »
Pode objectar-se que se trata duma ligação entre letras e algarismos e que seria preferível escrever-se «Expo' 98», com espaço entre o apóstrofo e o primeiro algarismo (notar que no texto do novo acordo aparecem separações do apóstrofo, ex.:«d' Os Lusíadas»). No entanto, na própria norma ortográfica portuguesa presentemente em vigor observa-se a união do apóstrofo entre letras e sinais gráficos (ex.: d'«Os Lusíadas»).
Concluindo, na minha opinião, a grafia Expo'98 é uma inovação aceitável dentro das normas e feliz do ponto de vista artístico.
Ainda com base no raciocínio acima, «Expo '98» (com espaço antes do apóstrofo) é que, também na minha opinião, não tem lógica nenhuma, porque o sinal de elisão devia estar ligado a «Expo». Lembro, porém, que, segundo as normas portuguesas em vigor, para ressalva de direitos, pode manter-se a grafia de marcas ou títulos inscritos em registo público. São legais todas as formas registadas dos nomes desta exposição.