Os dicionários Editora, Universal, José Pedro Machado, Aurélio e o Vocabulário de Rebelo Gonçalves registam estereótipo (com acento, logo proparoxítona). É esta, no meu entender, a grafia correcta (vem do grego: `stereós´, sólido + `týpos´, molde).
No entanto, está a dar-se um fenómeno curioso, quanto à evolução da língua, nestas palavras terminadas em -tipo. A comunidade linguística tende a deslocar a tónica para a sílaba -ti-, por lhe parecer mais lógica a pronúncia (conclui tratar-se dum tipo de …..). Acontece com «prototipo», com «logotipo», etc. José Pedro Machado e Aurélio registam já a variante «logotipo», pronúncia muito frequente entre os profissionais da especialidade. É um fenómeno semelhante ao que acontece com biopsia e `biópsia´, termóstato e `termostato´, etc.
Levanta-se aqui o problema de saber quem tem o direito de estabelecer o que é correcto e o que é incorrecto na língua.
Pessoalmente, respeito muito as comunidades cultas, nas opções práticas que escolhem, mesmo quando estão em desacordo com a pureza dos etimologistas. Não serei eu que vá condenar quem pronuncie «estereotipo». O que recomendo sempre é que, embora se pronuncie de acordo com o hábito `generalizado´ na comunidade respectiva (respeitando a evolução da língua), se deve contudo escrever com a grafia oficial (para não se ser considerado ignorante). Neste caso, escrever estereótipo.