Cognomes, alcunhas, sobrenomes. Vem do grego "epitheyon", que quer dizer «o adjectivo, vocábulo que junta (a um nome) uma designação particular» [in "Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa", de José Pedro Machado]. É pois a palavra ou frase que se aplica a uma pessoa ou coisa para indicar uma sua característica ou qualidade, até por razões de clareza ou para ornato puro do substantivo ou frase que se lhe antecede: Margareth Tatcher, a Dama de Ferro; D. Manuel, o Venturoso, Ricardo Coração-de-Leão; O Século das Luzes, Idade da Razão; Braga, a Cidade dos Arcebispos. Um epíteto pode ter sentido ofensivo, até como um impropério, embora não seja essa a regra: Fulano, o Zarolho, Sicrano, o unhas-de-fome. Homero recorreu muito a esta figura de estilo («a aurora de dedos rosados», «Aquiles de pés rápidos») e Camões fez o mesmo n'"Os Lusíadas" (caso da referência à ilha de Samatra: «... áurea, por epíteto, lhe ajuntaram».