Não há razão para os portugueses se sentirem ofendidos com a necessidade de dobragem/dublagem das suas produções no Brasil.
A verdade é que numa prolação rápida nós somos difíceis de entender pelos irmãos brasileiros. Na nossa fala abrandamos muitas vogais (abrir, torcer) ou temos por hábito a fonofagia de outras (câmara/¦câmra¦, dente/¦dẽt¦ [o e mudo é característico]). Na região de Lisboa, por exemplo para Cais do Sodré, é possível ouvir-se: *¦càichdré¦...).
Os falantes da comum língua `que pronunciem normalmente as vogais e até as abram por sistema´ poderão achar a nossa pronúncia pouco inteligível. Aliás, do mesmo problema se queixam os nossos vizinhos, de Espanha, quanto a entenderem a fala portuguesa apressada.
A solução é falarmos devagar. Neste caso, já é maior a tendência para pronunciarmos as vogais todas (¦câ-ma-ra¦, ¦dẽ-te¦).
Sublinho que na escrita não há grandes problemas, graças ao entendimento razoável que tem havido entre Portugal e Brasil.
Quanto à personalidade a que faz referência, lastimo não poder dar opinião. Esclareço, no entanto, que são `os ilustres linguistas brasileiros que fomentam a união entre irmãos na língua´ aqueles que me merecem na generalidade o maior respeito.
Cf. O direito à diferença na língua portuguesa
Ao seu dispor,