Tendo em conta as ocorrências registadas no Corpus do Português, ambas as preposições são possíveis.
Pode dizer-se que, de acordo com o uso, há uma certa tendência para empregar de quando se segue um verbo (ter o direito de fazer algo) e a quando se segue outro nome (ter direito a alguma coisa) — excepto quando se fala do direito de alguém, ou seja, que alguém possui. Portanto, talvez fosse mais natural dizer, em português europeu, «Toda a criança tem o direito de ser criança».
Da mesma forma, julgo que os falantes em geral tendem a usar artigo definido (o) antes de «direito de» e a omiti-lo quando empregam a expressão «direito a». Portanto, «tem direito a...» ou «tem o direito de...».
Para concluir, eu diria que a consulente tem razão ao preferir as frases alternativas que propõe. No entanto, não se pode afirmar que a frase em questão está incorrecta. Trata-se apenas de uma construção menos usual.