Como o senhor Professor reconhece, as leis em que se faz referência às pessoas que as estabeleceram devem normalmente ter o nome próprio em letras maiúsculas (ex.: `lei de Ohm´, `ciclo de Carnot´, etc.).
«Diesel» já tem o sentido de nome comum: `motor «diesel»´ (ou de gasóleo, como um nosso consulente prefere, mas que eu não exigiria: «diesel» é o processo, gasóleo é o combustível). «Diesel» tem nesta expressão meramente o valor de adjectivo (já dicionarizado como tal, com proposta de adaptação para dísel, como já referi, pela Academia Brasileira de Letras, de 1998). Não encontrei «carnot» (`ciclo «carnot»´) dicionarizado em língua portuguesa, nem mesmo no completo vocabulário da ABL, 1998.
Na minha opinião, em `motor de Stirling´ estamos a invocar um nome; e sempre que o antecedermos da preposição (o motor de).
Os puristas condenam expressões do tipo `ciclo a vapor´, preferindo `ciclo de vapor´. Mas também nesta exigência eu não vou tão longe. Há mesmo já expressões deste tipo que há muito entraram nos hábitos linguísticos, como `máquina a vapor´, `avião a jacto´, etc., que não se conseguem corrigir. Nem vale a pena: derivam duma língua irmã românica e enriquecem a nossa. No tempo em que havia a moda da invasão de termos e expressões francesas, compreendia-se a resistência, mas agora o risco de deturpação é outro e mais grave…
Os meus cumprimentos,