DÚVIDAS

Covilhete, lavandiscas, lamparina, etc.

Estou a fazer um levantamento minucioso dos diminutivos que se encontram numa obra. Contudo, deparei-me com algumas dúvidas no que diz respeito às formas seguintes:

– Covilhete
– Lavandiscas
– Lamparina
– Farrusca
– Donzela
– Sachola
– Cravina
– Estampilha
– Sozinho

Será que o sufixo que parece ser um sufixo de diminutivo tem mesmo o valor de diminutivo?
Eis o contexto em que se encontram essas palavras:
«E o pasto delas era o meu jantar.../E a serra a toalha, o covilhete e a sala.»
«No arame oscilante do Fio/ amavam (eram o mês do cio)/ Lavandiscas e tentilhões.»
«Triste, ao clarão da lamparina que desmaia.»
«Corujas piando, Farrusca ladrando.»
«E quando dobrava na terra algum sino/Por velho, ou donzela/ A meu Pai rogavam...»
«Empresta, bom homem, a tua sachola.»
«Ó Georges, vê! que excepcional cravina..»
«Chegou uma carta tarjada: a estampilha/Bastou-me enxergar..»
«Eu sou sozinho, tu tens teus Pais.»
Muito obrigada.

Resposta

Covilhete, de origem espanhola, apresenta o sufixo diminutivo -ete. Também na palavra lavandisca parece haver um sufixo diminutivo. Em lamparina existe igualmente um sufixo diminutivo (-ina), geralmente usado com substâncias químicas e congéneres. -Usea e -usco são sufixos pejorativos com a ideia de semelhança. Em donzela, o sufixo -ela é mais diminutivo. O sufixo -ola, de sachola, é diminutivo e pejorativo. Em cravina tornamos a ver o sufixo -ina. Estampilha vem do castelhano, em que o diminutivo -illa ( > -ilha) se emprega muito à semelhança do nosso -inha. Em sozinho temos o sufixo diminutivo -inho, com o infixo z de ligação; esta palavra é, como é sabido, sinónima de , mas mais forte, enfática.

 

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