Deve dizer-se: «Os Lusíadas imortalizaram Camões.»
Quando os títulos das obras constituídos por uma palavra no plural são precedidos de artigo ou o contêm, o predicado vai para o plural: «os Contos de Eça de Queirós agradam a diversos públicos»; «Os Maias encerram um pensamento»; «Os Meus Amores foram uma das obras mais lidas pela minha geração».
No entanto, se o título não contiver artigo (ou não for precedido deste) e o predicado for um verbo copulativo (ser, estar, ficar, etc.) com um nome predicativo do sujeito no singular, o predicado vai normalmente para o singular: «Memórias Póstumas de Brás Cubas é uma obra de Machado de Assis», «Lendas e Narrativas devia ser uma das obras do programa», «Viagens na Minha Terra continua a ser uma obra de leitura indispensável». A ausência do artigo e o singular (predicativo do sujeito) que se segue ao verbo levam a que este vá para o singular, como se o título da obra fosse considerado apenas como um rótulo, não importando qual o seu conteúdo, como se se subentendesse, precedendo o título, “a obra”, “o romance”, “o livro”, etc., ou seja, um singular.
Quanto aos topónimos que têm forma de plural, a regra é semelhante. Se o topónimo não for precedido de artigo, o predicado vai para o singular: «Paredes de Coura vai organizar um festival»; «Eiras é uma freguesia de Coimbra», «Fornos desenvolveu-se muito nos últimos anos.» Esta é a situação mais frequente.
No entanto, se o topónimo for precedido de artigo, porque considerado como um conjunto de terras ou de lugares, o verbo vai para o plural: «Os Açores são um dos paraísos do nosso país.»