Podemos dizer que os partidos têm dois géneros de clientes.
1. No sentido da instituição romana:
Clientela (do latim «clientela»), na antiga Roma, denominava os indivíduos de condição inferior, os clientes (do latim «cliente»), que procuravam o amparo de alguém importante – oferecendo-lhe, em troca dessa protecção, respeito e disponibilidade para cumprir ordens.
Hoje, os indivíduos que se inscrevem num partido político podem fazê-lo por convicção e por quererem participar na vida pública. Mas muitos deles, ao preencher a ficha, acima de tudo, o que procuram é um amparo.
Prestam serviço gratuito quando o partido está fora do governo, respeitam os dirigentes, acatam-lhes as ordens. Chegado o partido ao poder, contudo, os clientes esperam uma compensação.
2. No sentido que se dá aos clientes das empresas:
As empresas estão para os clientes como os partidos para os eleitores. Sem clientes que lhes comprem os produtos ou serviços, as empresas não podem existir, do mesmo modo que, sem eleitores, num sistema democrático, nenhum partido é viável.
Com as necessárias diferenças, tanto as empresas como os partidos recorrem às técnicas mercadológicas para seduzir o público que lhes interessa.