No sentido de «ato, processo de cismar (pensar insistentemente)», é nome do género feminino: «a cisma» (cf. dicionário da Academia das Ciências de Lisboa). É palavra que não deve ser confundida com cisma, um homónimo que significa «separação» e é nome do género masculino (ver resposta anterior aqui).
Cisma, no feminino, e cisma, no masculino, são, portanto, palavras diferentes, mas com a curiosidade de estarem relacionadas etimologicamente. Com efeito, a palavra cisma, no género feminino, é um derivado não afixal do verbo cismar, que, por sua vez, vem da conversão de cisma, «separação», no género masculino. Na conversão deste último nome em verbo, operou-se uma mudança semântica que levou da noção de «separação» à de «pensar com preocupação». O nome do género masculino cisma é adaptação do latim eclesiástico schisma, um empréstimo do grego que nesta língua tinha a forma skhísma «separação, divisão», derivada do verbo também grego skhízō «separar, dividir, fender» (donde se desenvolveu o termo que deu origem ao vocábulo esquizofrenia).