O natural da cidade do Cartaxo, no distrito de Santarém (Portugal), chama-se cartaxeiro (de Cartaxo, top. + -eiro), mas também se pode designar por cartaxense, pois as duas formas encontram-se atestadas pelo Dicionário de Gentílicos e Topónimos, recurso disponível no Portal da Língua Portuguesa, da responsabilidade do ILTEC (Instituto de Linguística Teórica e Computacional).
Assim, a «indústria localizada naquela cidade» denomina-se «indústria cartaxeira» ou «indústria cartaxense».
É de referir, também, que o Dicionário da Língua Portuguesa 2008, da Porto Editora, diz que o adjetivo cartaxeiro é «relativo ou pertencente ao Cartaxo, no distrito de Santarém, ou que é seu natural ou habitante», e o nome (substantivo) quer dizer «natural ou habitante do Cartaxo», do que se depreende que indica como aconselhável esta forma, enquanto o Dicionário Eletrônico Houaiss, por sua vez, considera cartaxense a forma preferível.
De qualquer modo, cartaxeiro e cartaxense, quer como adjetivos quer como nomes/substantivos, são as duas formas igualmente corretas, dado que são bem formadas, uma vez que os gentílicos são formados por sufixos, entre os quais constam -ense (um dos mais comuns) e -eiro.
Nota: Sobre este tema, o Dicionário de Gentílicos e Topónimos é bastante esclarecedor: «Quando designamos alguém em função do país, da região, da província, da localidade em que nasceu ou de onde alguém ou alguma coisa procede, estamos a utilizar um gentílico. Existem várias formas de criar gentílicos. Os mais comuns são os formados por sufixos como -ês (português), -ense (macaense) e -ano (americano). Porém, a formação dos gentílicos nem sempre consiste na mera junção de um sufixo à base do topónimo (nome de um sítio ou local), existindo processos mais complexos, por vezes com justificações etimológicas ou históricas: por exemplo, o gentílico de Castelo Branco é albicastrense e não *castelo-branquês, *castelo-branquense ou *castelo-brancano.»