É plausível a hipótese que apresenta sobre a origem do substantivo empregado nos jornais portugueses para designar a notícia que só um jornalista tem. Mas, neste caso, deve-se grafar caixa (do latim "capsa-"), como vem no dicionário da Porto Editora (7.ª ed.).
O nosso prezado correspondente Carlos Robalo, todavia, a exemplo do que é costume em Portugal entre jornalistas, escreve cacha. E, com esta grafia, a origem da palavra pode muito bem ser outra.
O substantivo cacha chegou ao português antes da época em que os jornais começaram a concorrer uns com os outros na busca de notícias. Trazia os seguintes significados: o que se pratica às ocultas; dissimulação; ardil. O dicionário da Porto Editora diz que é derivação regressiva do verbo cachar. Este, por sua vez, vem do provençal "cachar" ou do francês "cacher", com os significados de ocultar, tapar, armar ciladas.
Cacha e cachar adequam-se ao sigilo observado nos jornais para proteger da concorrência as informações que se obtêm "em primeira mão" e ainda necessitam de horas ou dias de pesquisa. O que não exclui, em situações extremas, alguns ardis.
A origem de cacha (jornalística) pode, pois, estar aqui: numa palavra provençal.