Em textos literários vêem-se mais números escritos por extenso, e.g. Camões escreve:
"Ali tinha em retrato afigurada
Do alto e Santo Espírito a pintura:
A cândida pombinha debuxada
Sobre a única Fénix, Virgem pura;
A companhia santa está pintada
Dos doze, tão torvados na figura
Como os que, só das línguas que caíram,
De fogo, várias línguas referiram."
Os Lusíadas, 12 - canto II.
Ao invés, nos jornais é mais habitual o uso das cifras:
"EDP vai gastar 23 milhões em despedimentos.
Reformas antecipadas e rescisões por comum acordo vão emagrecer os quadros da empresa a uma média de 600 efectivos por ano, até Dezembro de 2002. Para fazer face aos encargos decorrentes da saída de pessoal, a companhia de electricidade anunciou provisões extraordinárias no valor de 22,8 milhões de contos." in O Diário de Notícias, 9 de Março de 1999.
Como se pode verificar, as cifras permitem uma percepção imediata e mais clara da quantidade em causa, esse é o objectivo do uso desta forma nos artigos e nos títulos dos jornais. Esta é também a forma preferida em relatórios e textos técnicos, e pela mesma razão: maior clareza. Se esta for a intenção, então usem-se os algarismos! Caso contrário, e ainda que seja apenas a bem da estética do texto, escreva-se com palavras: as palavras são mais bonitas que os números.