O Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa (edição brasileira) regista barorreceptor, como adjectivo e nome masculino, com a seguinte definição: «diz-se de ou terminação nervosa sensível às alterações da pressão sangüínea; pressorreceptor». Outros dicionários consultados (o da Academia das Ciências de Lisboa, o Michaelis e o Aurélio século XXI) não registam a palavra.
Tudo indicaria, pois, que baroceptor não existisse. Mas o Dicionário Médico de I. Manuila et alii (Lisboa, Climepsi Editores, 2004), sem incluir barorreceptor, tem uma entrada para a forma baroceptor, com o sentido de «receptor sensorial sensível à pressão externa (ex.: na pele) ou a uma modificação da pressão interna (tensão arterial, tal como nos receptores aórticos)».
Por outras palavras, a palavra existe e tem duas variantes. Barorreceptor é uma palavra composta pelo elemento grego 'báros', «gravidade, pressão atmosférica» e pela palavra de origem latina receptor, correspondendo ao que Cunha e Cintra, na Nova Gramática do Português Contemporâneo, classificam como hibridismo. A forma baroceptor também é um composto, mas pode ter sido importada do francês ou do inglês como palavra resultante de ‘báros’ associado a “recepteur”(francês) ou “receptor” (inglês), com perda da sílaba re. Em alternativa, poderá tratar-se de um processo de composição verificado já no português, com perda da referida sílaba, talvez por haplologia (queda de uma sílaba, como em bondoso que deriva de "bondadoso", com perda da sílaba -da-).