É, efectivamente uma frase interessante. Para fazermos a sua análise, importa conhecer a regência, ou as características, do verbo ficar. Trata-se de um verbo que pode ser seguido das preposições em ou por, designando lugar («ficar em Lisboa»; «ficar por aqui»), etc.; pode ser um verbo copulativo e ser seguido de predicativo do sujeito: «O João esteve doente, mas ficou bom depressa.» Na frase em apreço, o verbo é, segundo Celso Luft (Dicionário Prático de Regência Verbal), transitivo indirecto. O autor exemplifica com a seguinte frase: «Ficou-lhe (da aventura) uma grande decepção.» Analisando a frase, e tendo em conta o que atrás se disse, temos: Sujeito – esta alegria ingénua/ perante as coisas novas Determinante – esta Atributo [ou, segundo a nova terminologia, modificador adjectival ] – ingénua Modificador preposicional – perante as coisas novas. Na gramática tradicional creio que consideraríamos este complemento como circunstancial de lugar, considerando «as coisas novas» lugar simbólico. Predicado (versão simplificada) – ficou Complemento indirecto – me Complemento circunstancial de tempo (ou, modificador preposicional) – dos tempos de menino. Poderíamos ainda analisar os grupos nominais que servem de complemento às preposições: Modificador preposicional: «perante as coisas novas» Preposição – perante Grupo nominal – as coisas novas Determinante – as Atributo – novas Modificador preposicional «dos tempos de menino» Preposição – de Grupo nominal – os tempos de menino Determinante – os Modificador do nome restritivo – de menino Preposição – de Grupo nominal – menino