A forma correta é Alcorão — «do árabe al-qurān, "a Leitura"» (Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa, de José Pedro Machado), «o livro sagrado dos maometanos, que contém as revelações feitas por Alá ao profeta Maomé» (Grande Dicionário da Língua Portuguesa, da Porto Editora, 2010).
Em minúsculas, alcorão designa a «religião maometana, o islamismo; torre de mesquita muçulmana de onde se chamam os crentes à oração» (idem).
Ambas as formas são as atestadas pelos mais antigos recentes vocabulários ortográficos. É o caso do Vocabulário da Língua Portuguesa, de Rebelo Gonçalves: «Desnecessária, por ultracorrigida, a forma Corão.» Ou do Dicionário de Erros e Problemas de Linguagem, de Rodrigo de Sá Nogueira: «Não se diga ["Corão"]. Diga-se Alcorão. A forma "Corão" é um misto de galicismo e de falso eruditismo. O francês usa de preferência a forma Coran, mas também tem Alcoran. Por esta razão de servilismo ao francês, e pelo preconceito de que há pleonasmo na expressão «O Alcorão», visto que o primeiro elemento Al corresponde em árabe ao nosso artigo o, a, muitos começam a substituir a forma legítima portuguesa Alcorão pela forçada Corão. Se assentarmos em adoptar esta última, devemos, para sermos coerentes, passar a dizer: o mude, o catruz, o queire, o mocreve, etc., em vez de: o almude, o alcatruz, o alqueire, o almocreve.»
O mesmo registo se encontra no Vocabulário Ortográfico do Português, da responsabilidade do ILTEC, no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, da Porto Editora (2009), e no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, da Academia Brasileira de Letras (2009).